Nesta sexta-feira (17), a maior operação
de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro do país completa três anos. Tudo
começou com quatro investigações da Polícia Federal: Dolce Vita, Bidone,
Casablanca e Lava Jato. As três primeiras são nomes de filmes clássicos,
escolhidos de acordo com o perfil de cada doleiro investigado. A última fazia
referência a uma lavanderia e a um posto
de combustíveis em Brasília, que eram usados pelas organizações criminosas.
Desde então, já se foram 38 fases da Operação Lava Jato. Nesse período, os
investigadores apuraram fatos relacionados a empreiteiras, doleiros,
funcionários da Petrobras e políticos.
De acordo com dados do Ministério
Público Federal no Paraná atualizados em fevereiro, foram 57 acusações
criminais contra 260 pessoas, sendo que em 25 já houve sentença por crimes como
lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e tráfico transnacional
de drogas. Até agora, a Lava Jato conseguiu recuperar R$ 10 bilhões aos cofres
públicos, entre valores que já foram devolvidos ou estão em processo de
recuperação.
Para o procurador da República Diogo
Castor, que faz parte da força-tarefa, a operação começou a mudar a ideia de
que crimes do colarinho branco ficam impunes. “A Lava Jato democratizou a
Justiça Criminal, demonstrou como deve ser uma Justiça Criminal eficiente, uma
coisa que o brasileiro não está acostumado. O povo está acostumado ao setor
público ineficiente em todas as esferas, desde o Judiciário, Legislativo,
Ministério Público. A Lava Jato é a única coisa que deu certo no sistema de
Justiça Criminal no Brasil”, avalia.
Pedido foi solicitado ao STF por Rodrigo Janot |
Em
fevereiro STF abriu inquérito para investigar participação de senador Romero Jucá
(PMDB/RR) e demais políticos por tentarem impedir investigações
O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Edson Fachin autorizou ainda em fevereiro a abertura de inquérito para investigar os
senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-senador
José Sarney e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. Os investigados são
acusados crime de embaraço às investigações da Operação Lava Jato. O crime de
embaraço se refere à tentativa de barrar ou atrapalhar uma investigação.
Fachin atendeu a um pedido feito pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. As
acusações foram baseadas no acordo de delação premiada de Sérgio Machado e em
conversas gravadas com os envolvidos. As gravações foram divulgadas no ano
passado, após a retirada do sigilo do conteúdo das delações de Machado. Em uma
das conversas, Romero Jucá citou um suposto "acordo nacional" para
"estancar a sangria".
Segundo o procurador, os acusados
"demonstram a motivação de estancar e impedir, o quanto antes, os avanços
da Operação Lava Jato em relação a políticos, especialmente do PMDB, do PSDB e
do próprio PT, por meio de acordo com o STF e da aprovação de mudanças
legislativas."
FONTE: Agência Brasil
FONTE: Agência Brasil
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