Na tarde desta quarta-feira (24), na
sala do blocão na Assembleia Legislativa de Roraima, a Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) do Sistema Prisional ouviu representantes das famílias de
presos considerados foragidos do Sistema Prisional desde o dia 23 de abril.
A oitiva aconteceu a pedido do
presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação
Participativa da Assembleia, deputado Evangelista Siqueira (PT). À presidente
da CPI, deputada Lenir Rodrigues (PPS), familiares, por meio de uma
representante, apresentaram diversas informações que antecederam o dia do
desaparecimento dos presos.
As famílias alegam que não teriam sido
informadas pelo Sistema de Segurança, sobre a fuga dos detentos, e ainda de
supostas torturas vivenciadas dentro das unidades prisionais, agressões e
perseguições a familiares nas ruas de Boa Vista. Elas também pediram
providências por parte das autoridades. “Queríamos saber, pelo menos, onde está
o corpo dos nossos maridos pra gente poder enterrar”, disse uma das mulheres.
O foco da CPI do Sistema Prisional é
averiguar denuncias nas unidades prisionais no Estado, mas, segundo a
presidente da Comissão, por se tratar de uma eventual fuga, sequestro ou
desaparecimento de presos, caracteriza-se como falha. “Vamos encaminhar para o
Mecanismo Nacional da Tortura e acreditamos que isso contribua para os
trabalhos”, afirmou.
Lenir pediu ainda para que as famílias
confiem na investigação da Polícia Civil e nos trabalhos do atual secretário
estadual de Justiça e Cidadania, Ronan Marinho.
O relator da CPI, deputado Jorge
Everton, informou que os depoimentos serão encaminhados para órgãos como o
Ministério Público e a própria polícia para seguirem com as investigações.
“Adotaremos as medidas cabíveis”, falou. Sobre o andamento da CPI, o
parlamentar assegurou que os trabalhos estão nos últimos passos. O relatório,
até o momento, possui mais de 100 páginas e será apresentado em plenário quando
concluído.
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